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Cross docking e dropshipping: o que são e como saber se são interessantes para o seu negócio

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Atualmente, devido aos avanços tecnológicos e à velocidade com que o mercado se altera, operações logísticas podem ser redesenhadas para incorporar modelos mais flexíveis, mais ágeis e até de custos mais baixos. E o desafio dos gestores de negócios é fazer justamente isso, focando em alternativas que otimizem os resultados de suas operações.

No artigo de hoje, falaremos de duas variações de operações logísticas, cross docking e dropshipping, que têm como objetivo otimizar recursos e ganhar tempo no processo de entrega ao cliente final. Confira:

O que é cross docking?

O cross docking é uma operação logística de distribuição que corta armazenamentos intermediários e reduz o tempo até a entrega final. Nesse caso, os produtos vindos do embarcador para um armazém ou operador logístico já têm um destino final determinado.

Diferentemente do processo de armazenagem tradicional, em que os itens seriam movimentados para o estoque e posteriormente fariam a movimentação de saída, no cross docking eles são prontamente direcionados para docas de saída, já para entrega ao cliente final. Com o cross docking, a empresa ganha agilidade nos processos e evita custos de armazenagem.

Fluxo do processo

O fluxo de um processo de cross docking varia de empresa para empresa, mas, de maneira geral, pode-se dizer que ele se desenha basicamente assim:

  1. o cliente faz um pedido na empresa, que pode ter (ou não) o sistema integrado com o do fornecedor, facilitando a disponibilidade de estoque e a confirmação do pedido;
  2. depois que a confirmação de pagamento é feita, o fornecedor envia os produtos para o centro de distribuição da empresa, que libera os pedidos para os clientes;
  3. já no centro de distribuição, a empresa fica responsável por fazer a otimização do processo de envio dos pedidos. Geralmente, uma parte fica dedicada ao recebimento das cargas enviadas pelos fornecedores, outra é utilizada para a separação dos pedidos e expedição, enquanto uma terceira é utilizada para fazer a consolidação das cargas por endereço e o carregamento dos veículos;
  4. o aprimoramento da operação logística ocorre no momento em que as cargas fracionadas são colocadas no veículo para atender à determinada região, em vez de ser por tipo de produto.

Aqui, a confiança no fornecedor é fundamental, já que o prazo que é informado para os clientes no ato da compra começa a contar assim que o pagamento é confirmado. Isso quer dizer que qualquer atraso — quer seja nos processos externos (parceiros de negócio), seja nos processos internos — prejudica o atendimento e a experiência de compra do seu público.

Tipos de cross docking

Basicamente existem 3 tipos de cross docking, sendo eles:

  • movimentação contínua: nesse modelo, as mercadorias são recebidas dos fornecedores e expedidas no menor espaço de tempo possível. É a forma mais comum de cross docking, em que o objetivo é evitar o acúmulo de estoques.
  • movimentação consolidada: os itens são recebidos dos fornecedores e separados. Enquanto uma parte é enviada diretamente para os clientes, a outra costuma ser destinada ao estoque, a fim de fazer uma combinação com outros produtos, formando pedidos maiores e completos;
  • movimentação de distribuição: as cargas são recebidas dos fornecedores e separadas para o envio em cargas lotação. É um modelo mais usado em negociações B2B — sigla em inglês para negociações realizadas entre empresas —, em decorrência do grande volume de pedidos transportados.

Vantagens e desvantagens do cross docking

Realizar operação de cross docking traz algumas vantagens para o negócio, como: é possível consolidar as cargas para um mesmo destino e simplificar a expedição; não gera despesas com manuseio e armazenagem dos produtos; reduz o prazo de entrega para o cliente final, etc.

Mas há também algumas desvantagens no processo de cross docking, como problemas com planejamento e falta de maturidade do fornecedor, uma vez que há um elo a mais na cadeia da entrega. Em alguns casos, o custo da operação não se compensa — o ganho de escala de se utilizar o contrato de transporte do parceiro logístico é perdido ao se somar o custo de coleta e o custo de cross docking.

Para que os objetivos sejam alcançados, é importante fazer um projeto antes de implantar o cross docking. Mapeie como será o processo, levante detalhadamente os pontos críticos (como dias e horário de coletas, integrações de sistemas, etiquetamento e documentos de transporte etc.) e analise como serão resolvidos. A próxima etapa é implantar o cross docking de fato e gerenciar o fluxo de informações que circula entre a cadeia fornecedores–empresa–operador logístico–clientes.

Como implementar o cross docking na empresa

A aplicação de um sistema de cross docking em um e-commerce é relativamente mais simples. Já nos centros de distribuição voltados para o varejo, o investimento inicial para implementar essa operação é alto, quando comparado a outras estratégias logísticas que são usadas nesses armazéns.

Não existe um passo a passo bem definido para adotar essa técnica em uma empresa. Porém, um fluxo básico que pode ser seguido possui as seguintes fases:

  1. formação de uma equipe interdisciplinar, que será a responsável por gerenciar os processos ligados a diversos fornecedores e fazer a gestão dos pedidos entre as várias transportadoras contratadas, ou entre os veículos (em caso de frota própria);
  2. construção de cenários: para o levantamento de hipóteses sobre as possibilidades e consequências das mudanças para a operação. O ideal é usar um cenário pessimista, um realista e um otimista, pelo menos;
  3. implementação de um projeto piloto, em que alguns fornecedores selecionados fazem parte dos testes e ajustam o atendimento para a nova demanda;
  4. fase de testes para adotar os novos processos e monitorar os resultados das mudanças que foram aplicadas;
  5. implementação definitiva da operação de cross docking;
  6. revisão periódica dos processos e da eficiência da operação.

Os riscos dessa operação

Como toda mudança ou implementação de uma operação, a adoção da estratégia do cross docking pode trazer alguns riscos para a empresa. O principal deles é não conseguir executar a técnica. Como todo o sistema é baseado na filosofia just in time, todos os processos precisam ser sincronizados, e qualquer falha pode acarretar em consequências em cadeia.

Em decorrência disso, o fluxo de informações entre todos os players deve ser preciso e fluido, evitando esses problemas que podem afetar toda a cadeia de suprimentos, principalmente a satisfação dos clientes com relação ao serviço prestado.

Como o conceito do cross docking envolve a redução dos níveis de estoque, deve-se manter o envio de produtos sem interrupções com agilidade. Quaisquer atrasos e acúmulos de produtos geram estoque — que, por sua vez, ocasiona custos para a empresa e prejudica a implementação da estratégia.

O que é dropshipping?

O dropshipping é uma operação logística em que a empresa comercializa produtos sem que esteja de posse de seu estoque. Ela repassa o pedido de compra para seu fornecedor, que é responsável pela entrega no cliente final.

Essa prática é muito utilizada por empresas de comércio eletrônico de pequeno a grande porte, principalmente em segmentos de logística mais complexa, como o moveleiro e a linha branca. Em casos assim, os custos com manuseio, armazenagem e fretes de transferência são altos, e a concentração de estoque no fornecedor traz eficiência para a cadeia. Mas essa operação não é exclusiva do mercado eletrônico e é muito utilizada também por revendedores que trabalham com catálogos de produtos.

Fluxo do processo

Da mesma forma como no cross docking, o fluxo de um processo de dropshipping pode variar entre as empresas, principalmente no que diz respeito aos detalhes. Contudo, basicamente funciona da seguinte maneira:

  1. o cliente realiza uma compra na empresa;
  2. é feita a confirmação do pagamento da compra, liberando o pedido para ser enviado;
  3. a empresa aciona o fornecedor e o comunica a respeito do pedido de compra. Os dados do cliente também são repassados, para que a entrega seja feita adequadamente;
  4. o fornecedor faz o processo de separação, embalagem e envio dos itens para o cliente.

Nessa operação, a confiança no parceiro de negócios também é fundamental. Durante o processo de seleção, o ideal é verificar a capacidade de entrega e a capacidade de atender a um possível aumento na demanda. Sem isso, o risco de a operação de dropshipping não funcionar, ou ser ineficiente, é muito grande.

Vantagens e desvantagens do dropshipping

Existem algumas vantagens nesse método, ainda mais se você está iniciando o seu negócio: não é necessário investir em estoques — por isso, seu capital não fica parado; ampla variedade de produtos para comercializar e, caso sua demanda aumente, não precisa se preocupar com ampliação de local para armazenagem.

Diante desse cenário, a operação parece atraente, mas há alguns pontos a serem considerados como desvantagens. São eles: a margem de lucro é baixa; poderá ter problemas com falta de produto em estoque — já que a gestão não é de sua responsabilidade; atrasos nas entregas; problemas com avarias e devoluções de produtos.

Como implementar do dropshipping na empresa

De maneira geral, pode-se dizer que o passo a passo para adotar essa estratégia envolve:

  1. adoção de um estoque de segurança: sempre existe um risco de vender um item que já não está mais disponível no estoque físico. Sendo assim, o ideal é estabelecer uma quantidade mínima para atender os clientes, ou seja, se seu estoque de segurança é de 5 itens e o fornecedor possui 10, apenas 5 serão disponibilizados para venda;
  2. preferência por fornecedores que investem em tecnologia: o controle manual gera um grande risco de erros e extravios de informações. Além disso, a utilização de tecnologia permite que os sistemas sejam integrados e haja comunicação fluida e em tempo real — o que agiliza as operações e as torna mais precisas;
  3. preferência por fornecedores próximos: escolher fornecedores mais distantes torna a resolução de problemas como atrasos mais difíceis. Além disso, se o parceiro de negócios é grande e a empresa compra um volume menor (possui pouca representatividade), a comunicação poderá ser mais demorada, bem como a solução de falhas;
  4. conhecimento da operação do fornecedor: como todo o processo de dropshipping é totalmente de responsabilidade do fornecedor, o ideal é conhecer sua operação, avaliando sua capacidade de atendimento, a eficiência, o investimento em tecnologia e todas as outras medidas adotadas para prestar um bom serviço.

Os riscos dessa operação

Como dito anteriormente, a margem de lucro nesse tipo de operação é baixa, a menos que se venda um volume muito alto e se consiga descontos por volume com o fornecedor. Além disso, deve-se considerar outros riscos, como:

  • a falta de sincronização entre os sistemas: como é o fornecedor quem gere os estoques, é necessário haver uma integração para que a informação seja atualizada em tempo real. Em outras palavras, se um item não está mais disponível, a empresa precisa ser comunicada para evitar riscos de vendê-lo e não conseguir atender o cliente;
  • falta de investimento em tecnologia: como já foi falado, o investimento em tecnologia é fundamental para manter uma operação mais eficiente e acertada, além de viabilizar a integração;
  • falha na comunicação com o cliente: o cliente pode fazer a compra de um pedido que envolve produtos de dois fornecedores diferentes. Por serem operações distintas, provavelmente ele receberá os itens separadamente, e isso precisa ficar claro no momento da compra;
  • desistência da compra em decorrência do alto custo de frete: ainda usando o exemplo acima, caso mais de um produto seja comprado por diferentes fornecedores, poderá existir mais de uma cobrança de frete. Isso faz com que o custo final seja encarecido, sendo um dos principais motivos de desistência na hora da compra;
  • falta de controle sobre o nível de qualidade: como os processos são geridos pelo fornecedor, existe a chance de existirem algumas falhas que afetam a qualidade, gerando atrasos e erros — mas que, por serem externos, não podem ser resolvidos pela empresa.

O cross docking e o dropshipping são operações que têm as suas diferenças, mas podem ser vantajosas dependendo do perfil do seu negócio. Para escolher a melhor opção para a sua empresa, é preciso entender as particularidades e as necessidades de sua operação.

De qualquer forma, você pode obter informações precisas sobre o gerenciamento das suas entregas com o TMS da Intelipost. Uma solução completa que abrange desde questões mais operacionais até o suporte à gestão.

Além de realizar cálculos automáticos de frete a agilizar a gestão de envios, o TMS também otimiza as entregas por meio do rastreamento automático e possibilita a geração de relatórios em tempo real, oferecendo insumos valiosos para as tomadas de decisão.

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Quer saber mais sobre assuntos relacionados? Leia no nosso blog o post Entrega programada: como ter mais economia na operação.

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